Na noite dessa quinta-feira, 24 de abril, uma videoconferência sobre “Planejamento Pastoral”, promovida pelo Regional Sul 2 da CNBB, reuniu cerca de 35 participantes. Entre eles esteve o presidente e o secretário do Regional Sul 2 da CNBB, dom Geremias Steinmetz e dom Mário Spaki, respectivamente; o secretário executivo, padre Valdecir Badzinski; os padres coordenadores diocesanos da ação evangelizadora; alguns bispos e lideranças leigas convidadas.

A aula foi ministrada pelo professor, doutor em Teologia, Diogo Pessotto, leigo da diocese de São José dos Pinhais (PR), que vai assessorar a próxima assembleia do povo de Deus, agendada para o mês de setembro, em Foz do Iguaçu (PR).
A iniciativa da aula surgiu no encontro dos padres coordenadores diocesanos da Ação Evangelizadora do Paraná, que aconteceu em Matinhos (PR), nos dias 10 a 12 de março. Durante esse encontro, os participantes discutiram a importância de compreender e aplicar corretamente os conceitos de plano, projeto, diretrizes e planejamento pastoral.
A aula teve como foco principal o aprimoramento do planejamento pastoral nas dioceses, paróquias e comunidades, visando uma evangelização mais eficaz e estruturada.
O professor Diogo destacou que o planejamento pastoral deve partir de uma visão estratégica, baseada na Escritura, na Tradição e no Magistério da Igreja. A partir dessa visão, são definidas as prioridades, que se desdobram em projetos pastorais com ações concretas. Em sua exposição, ele alertou para os riscos do ativismo pastoral sem planejamento, que pode levar à ineficiência e à falta de comunhão.
Sua exposição foi estruturada em cinco partes:
- Contexto do Planejamento Pastoral na Igreja: Culturalmente, a prática do planejamento não é amplamente disseminada na Igreja, o que pode levar ao ativismo pastoral e à falta de comunhão.
- Conceito de Planejamento: O planejamento pastoral deve ser estratégico, fundamentado na Escritura, na Tradição e no Magistério da Igreja.
- Definição de Prioridades: A partir da visão estratégica, é necessário identificar as prioridades que orientarão as ações evangelizadoras.
- Desenvolvimento de Projetos Pastorais: Cada prioridade deve ser desdobrada em projetos específicos, com início, meio e fim bem definidos.
- Implementação de Ações: As ações concretas operacionalizam os projetos, tornando a visão estratégica uma realidade prática.
Sobre a receptividade do grupo, o professor Diogo destacou que percebeu um anseio muito grande por compreender e aplicar o planejamento estratégico. “Percebi que há uma sede desse grupo, uma sede no sentido positivo. Sede de compreender melhor o que significa planejar a pastoral, planejar a ação evangelizadora, desde o início até o fim, considerando um espaço de tempo determinado e cada realidade”, disse Diogo.
Dom Mário Spaki, bispo de Paranavaí (PR) e secretário da CNBB Sul 2, avaliou a reunião foi de grande valia para as dioceses do Paraná.
“A reunião que nós tivemos ontem foi uma intuição vinda dos padres coordenadores diocesanos da ação evangelizadora, e foi de grande importância em nossa reflexão e futuros planejamentos. Refletir a pastoral, pensar a pastoral e, não meramente fazer acontecer a pastoral sem um pensamento organizado, elaborado, sem envolver a comunidade. Tudo isso, o professor Diogo apresentou para nós ontem, trazendo ferramentas úteis que vão nos ajudar a elaborar o plano de pastoral de nossas dioceses. Eu considero que foi um grande sucesso esse nosso encontro”, disse dom Mário.
Dom José Mário Scalon Angonese, arcebispo de Cascavel (PR), participou da reunião e enfatizou a necessidade de planejamento:
“O professor, com muita pedagogia, foi construindo elementos e destacando algumas partes importantes. Primeiro, é planejar, identificar onde se quer chegar, estudar as formas, destacando que, para esse planejamento, há que considerar a Escritura, a Tradição e também o Magistério. Depois do planejamento, é preciso definir onde se quer ir, então vêm as prioridades. As prioridades também trabalham com três elementos: a oração, a escuta e o discernimento. Depois, os projetos, que são a parte mais prática, que também tem três elementos: liderança, recepção e gestão, mas antes ainda, o tempo. Quando começa e o espaço, o território”, disse dom José Mário.
Dom José Mário compartilhou que, após o encontro, surgiu a ideia de convidar o professor Diogo para trabalhar na sua arquidiocese, dada a satisfação com sua abordagem. Dom José Mário também enfatizou a importância da formação contínua das comunidades para que o plano de pastoral seja bem elaborado e avaliado, garantindo que a missão evangelizadora avance de forma eficaz.
O coordenador diocesano da ação evangelizadora na diocese de Campo Mourão (PR), padre Wesley Almeida dos Santos, destacou a clareza com que foi evidenciada a importância do planejamento pastoral como expressão concreta da sinodalidade e do compromisso missionário da Igreja. Ele afirmou que planejar, nesse contexto, não é apenas organizar atividades, mas discernir juntos os caminhos do Espírito para responder aos desafios do nosso tempo com fidelidade ao Evangelho.
“Esse tema aprofunda em mim a convicção de que a missão evangelizadora exige planejamento, oração e comunhão. Como padre e coordenador diocesano da ação evangelizadora, sinto-me ainda mais chamado a cultivar uma visão ampla da pastoral, promovendo a participação de todos, animando os agentes, valorizando os conselhos e serviços, e favorecendo uma Igreja que caminha com método, com metas e com esperança. O planejamento nos ajuda a manter o foco no essencial: formar discípulos missionários enraizados na Palavra, na Eucaristia e no serviço à vida”, disse padre Wesley.
Para o coordenador diocesano da Ação Evangelizadora da diocese de Foz do Iguaçu (PR), padre Fábio Augusto Welter, a formação foi uma ocasião de reafirmar o verdadeiro sentido de planejar. “O sentido de fazer planejamento na vida da Igreja é reconhecer que Deus vai nos convidando a um caminho e esse caminho precisa ser organizado”, destacou.
Segundo o padre Fábio, a formação foi muito oportuna para a realidade da sua diocese, especialmente no que se refere ao processo de revisões do Plano de Pastoral. “Em nossa diocese, nosso plano foi renovado há dois anos e tem vigência até 2028. Até lá, estamos realizando revisões e avaliações anuais”, explicou.
Ele enfatizou ainda a importância de um ponto levantado durante a formação: a definição de indicadores nos projetos e ações pastorais, permitindo acompanhar e avaliar se os objetivos estão sendo alcançados. “As indicações oferecidas ontem à noite possibilitarão encontrar a metodologia adequada para fazer esse processo”, concluiu.
Karina de Carvalho Nadal – Jornalista da CNBB Sul 2
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